Qualquer imagem corporiza um modo de ver, onde entram as nossas percepções, as nossas apreciações. Ecléticas variações oníricas que se manifestam como representações, insubmissas, consubstanciadas, irascíveis. Ver é um acto voluntário, por isso, tudo converge na nossa singularidade.
Num braseiro fervem fabulosas criaturas na eminência da explosão, da recriação. Os breves crepitares, as pequenas faíscas são as tímidas revoluções que, ironicamente, mantém a temperatura mas prenunciam a liberdade.
O mito “Abrir a Caixa de Pandora” constitui avalanche de repercussões, negativas e positivas mas, também, uma forma de memória. É preciso não sucumbir ao maniqueísmo das alegorias, embora sejam eles que no seu classicismo nos apontem novos caminhos. Na (re)descoberta que decifra com perspicácia e astúcia as dádivas do processo cultural não calado e aferrolhado em cada um de nós. Se me perguntarem se quero toda a “verdade” na minha mão direita e a maneira de a procurar na mão esquerda, escolherei a mão esquerda. Sarcasticamente é essa centelha de “procura” que me posiciona junto à caixa da memória, até, como alguém disse, eu sou a minha memória. É neste monumento humano, o da memória, que escaldam as mais assombrosas criaturas pensantes. Pensar, reflectir, neste sentido, é a mais prodigiosa aventura humana, com tudo o que tem de bem ou mal. Perfeito/imperfeito. O ser humano é uma identidade única, um fluxo permanente e em permanente fluir no mundo. O processo de construção da identidade é algo indissociável da elaboração de memória, o caminho com (e para) esse vaticino chamado emancipação. Daí dizer que a vontade, o capricho, o empenho, a energia, do acto de transferir para a tela ideias, apetites, emoções, paixões, sensações, iras e afins, ordenado(a)s ou profano(a)s, altivo(a)s ou absoluto(a)s, permitem-me sussurrar os incómodos e ironizar o indizível, o impossível – escolhendo esta cálida forma de manufacturar.
2 comentários:
Num braseiro fervem fabulosas criaturas na eminência da explosão, da recriação. Os breves crepitares, as pequenas faíscas são as tímidas revoluções que, ironicamente, mantém a temperatura mas prenunciam a liberdade.
O mito “Abrir a Caixa de Pandora” constitui avalanche de repercussões, negativas e positivas mas, também, uma forma de memória. É preciso não sucumbir ao maniqueísmo das alegorias, embora sejam eles que no seu classicismo nos apontem novos caminhos. Na (re)descoberta que decifra com perspicácia e astúcia as dádivas do processo cultural não calado e aferrolhado em cada um de nós. Se me perguntarem se quero toda a “verdade” na minha mão direita e a maneira de a procurar na mão esquerda, escolherei a mão esquerda. Sarcasticamente é essa centelha de “procura” que me posiciona junto à caixa da memória, até, como alguém disse, eu sou a minha memória. É neste monumento humano, o da memória, que escaldam as mais assombrosas criaturas pensantes. Pensar, reflectir, neste sentido, é a mais prodigiosa aventura humana, com tudo o que tem de bem ou mal. Perfeito/imperfeito. O ser humano é uma identidade única, um fluxo permanente e em permanente fluir no mundo. O processo de construção da identidade é algo indissociável da elaboração de memória, o caminho com (e para) esse vaticino chamado emancipação. Daí dizer que a vontade, o capricho, o empenho, a energia, do acto de transferir para a tela ideias, apetites, emoções, paixões, sensações, iras e afins, ordenado(a)s ou profano(a)s, altivo(a)s ou absoluto(a)s, permitem-me sussurrar os incómodos e ironizar o indizível, o impossível – escolhendo esta cálida forma de manufacturar.
Enviar um comentário