Qualquer imagem corporiza um modo de ver, onde entram as nossas percepções, as nossas apreciações. Ecléticas variações oníricas que se manifestam como representações, insubmissas, consubstanciadas, irascíveis. Ver é um acto voluntário, por isso, tudo converge na nossa singularidade.
Vagueio clandestino pelas sombras perfumadas do desejo em busca da Última-barreira que está algures para além dos precipícios olfactivos da Rosa.
Descanso. Sento-me em cima da felicidade de um pássaro bizarro. Estou alto e tenho medo, medo de não permanecer eterna-mente alto.
Descarrego do olhar a luz de todas as manhãs do mundo. Encosto a Alma à cor azul do céu e do mar. Fecho sono-lenta-mente os olhos. Actuam em mim, como que por encanto, mil sentidos virgens. Consigo cheirar o perfume intenso, orgástico e arrebatador da Rosa-Esotérica. Sei agora que estou perto da Última-Barreira.
______________________ Ângelo Rodrigues http://angelorodrigues1.com.sapo.pt angelorodrigues@netcabo.pt in «um bailado no centro da Alma», Editorial Minerva, Maio de 2002
2 comentários:
um verdadeiro quadro para esta epoca natalicia...
as cores bem quentes,
uma anj'a a pairar!!!
uma mulher...
tem mto mais força!
bom trabalho!
filipa
Perfume
Vagueio
clandestino
pelas sombras
perfumadas
do desejo
em busca
da Última-barreira
que está algures
para além
dos precipícios olfactivos
da Rosa.
Descanso.
Sento-me em cima
da felicidade
de um pássaro bizarro.
Estou alto e tenho medo,
medo de não permanecer
eterna-mente alto.
Descarrego do olhar
a luz de todas as manhãs do mundo.
Encosto a Alma
à cor azul do céu e do mar.
Fecho sono-lenta-mente os olhos.
Actuam em mim,
como que por encanto,
mil sentidos virgens.
Consigo cheirar
o perfume intenso,
orgástico e arrebatador
da Rosa-Esotérica.
Sei agora
que estou perto da
Última-Barreira.
______________________
Ângelo Rodrigues
http://angelorodrigues1.com.sapo.pt
angelorodrigues@netcabo.pt
in «um bailado no centro da Alma»,
Editorial Minerva, Maio de 2002
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